sábado, 28 de julho de 2012

Arrependimento

Eu me arrependo de tantas coisas que eu fiz,
E de outras tantas que deixei de fazer.
Me arrependo de palavras que eu disse,
E às vezes muito mais das que deixei de dizer.

Me arrependo por ter ignorado certas coisas que vi
E por ter fingido não ver outras.
Me arrependo das verdades nas quais não cri,
E de tantas mentiras nas quais acreditei, algumas até que sustentei.
Me arrependo das vezes que precisei de mentiras pra sorrir, e até para seguir,
E também das vezes que a verdade me quedou.

Eu me arrependo das vezes que pensei no bem alheio e acabei saindo ferida
Me arrependo também das vezes que só pensei em mim, e machuquei outros.
Me arrependo pelas coisas que perdi na caminhada,
E por outras que carreguei também.

Eu me arrependo da minha insistência que virou obstinação
E também do fracasso desnecessário.
Me arrependo das vezes que abandonei o barco,
E por outras que nunca deveria ter entrado.
Pela falta de foco e desvio de rota
Pelos passos vacilantes e falta de fé tantas vezes.

Eu me arrependo das despedidas que não aconteceram e das pessoas que deixei ir,
Dos abraços que não dei
Pelos amigos que ficaram pelo caminho.
Pela lágrima que não derramei e o sorriso que não sorri.
Me arrependo por ter amado àqueles que não mereciam,
E não ter amado o bastante os que mereceram.

Eu me arrependo de alimentar mesmo que inconscientemente defeitos meus que não suporto,
E me arrependo de não cultivar as qualidades que tanto admiro.
Me arrependo de minha ausência indevida,
E da presença dispensável, sempre um grande desperdício.
Por não utilizar melhor meu tempo
E gastá-lo com quem não o valoriza.

Eu me arrependo de lamentar o que não posso mudar,
E por minha inconstância também.
Me arrependo de esperar oportunidades que não mais vou ter,
E de sentir um vazio e tristeza toda vez que penso nisso.

Na verdade, eu me arrependo de me arrepender de tudo isso,
Porque o arrependimento só me trará mais arrependimento ainda.

“Aos tantos amigos dos quais sinto falta, em pontos tão distintos do mapa, aos queridos que já encerraram aqui sua caminhada, e principalmente àqueles que ainda caminham junto, inclusive ao que são amigos sem saber e sabem ler meu coração”.

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
Leia Também: Preconceito

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sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Líder Que Caminhava de Costas


             Em um lugar destruído por guerras, perversidade humana e catástrofes naturais, uma população desolada vê na oferta de abrigo em seu reino, de um rei generoso e altruísta, alento para seu sofrimento.
No entanto, seu reino era distante, e para chegar lá a caminhada era dura e longa, o que já era desanimador o bastante para muitos que se encontravam abatidos por tanta dor e sofrimento.
O rei disponibilizou àquele povo, dois grandes líderes de sua corte para conduzir o povo que desconhecia o caminho.
Um dos guias era um senhor franzino, de voz suave, mansa e doce, olhar cortês e ouvidos sempre atentos e disponíveis. Porém, havia nele uma peculiaridade um tanto quanto excêntrica: ele caminhava de costas.
O outro guia, era um homem robusto, de voz firme e olhar marcante. Um líder nato. Pulsava liderança. Ele sempre olhava para frente e nunca se desviava do caminho.
O primeiro guia, caminhava sempre de costas, pois conhecia muito bem o caminho que haveria de percorrer, mas não conhecia ainda as pessoas que o seguiriam, e preocupava-se muito com cada uma delas, e as queria conhecer bem. Ele acreditava que o êxito em sua jornada não estava em apenas chegar ao destino, mas em como chegariam lá, e que as experiências da jornada eram determinantes para que os que o seguiam não desistissem da caminhada.
O segundo guia, nunca perdia de vista o caminho, e com seu espírito de liderança atraía multidões, e estas o idolatravam, faziam tudo que ele mandasse, obediência que beirava a insanidade. Ele acreditava que mais importante do que o trajeto era o destino da caminhada, portanto sua preocupação demasiada com ela. Ele não precisava olhar para trás porque sabia que muitos lhe seguiam.
O primeiro guia não chamava a atenção de muitos, e geralmente os mais debilitados é que o seguiam, devido à sua tranquilidade em conduzi-los. Porém, poucos desanimavam na estrada, pois aquele líder nem tão eloquente, caminhava passo a passo com os seus, e lhes apoiava, dando-lhes ânimo, e lhes descrevendo tudo que lhes aguardara no reino de seu senhor se perseverassem no caminho.
O segundo guia atraía multidões. Sua fala era convincente, seu discurso persuasivo, e as pessoas o seguiam, não importava onde ele fosse, e o caminho também não era o mais relevante naquela empreitada, por mais que eles acreditassem que fosse. Mas muitos porém, catatônicos, hora ou outra se perguntavam o que estavam fazendo, e desistiam na estrada.
Percebendo um dos que era liderado pelo segundo guia que o segredo do sucesso do primeiro - que dificilmente se deparava com algum desertor na jornada - era caminhar de costas para ver o seu grupo, resolveu dar um presente ao seu líder.
Abriu o guia aquela caixa, que vinha com a promessa de lhe completar o sucesso na liderança com o ingrediente que o conferia ao colega guia, e quando ele olhou para o presente, ficou encantado com o que via, e ao tirar da caixa, percebeu que pudera ver nele muitas coisas. Aquele que o presenteara disse:
-Assim mestre, o senhor poderá andar olhando para frente, sempre vendo sua retaguarda.
O segundo guia então passou a caminhar olhando para frente como sempre o fizera, e com seu presente nas mãos para ver os que o seguiam, mas vez ou outra se encontrara enquadrado nele, e de repente se descobriu “Narciso”¹. Daí em diante, o guia que olhava para frente, nem pra frente, nem para trás mais olhava, somente para sua própria imagem, refletindo o quanto egoísta ele já era. E o povo que o seguia continuou o seguindo, sem nem saber que nunca chegaria a lugar algum, pois nem sabiam que estavam perdidos, porque não amavam, mas idolatravam seu líder, e nunca aprenderam com ele o verdadeiro caminho. Eram portanto, incapazes de reconhecer algum desvio na rota.
O primeiro guia, sempre se preocupou em andar de costas, pois conhecia o caminho, que estava em seu coração, e sabia para quem conduzia o povo, e queria olhar em seus olhos, e nunca se descuidar daqueles que tropeçam no caminho, se machucam ou se cansam. Se caminhasse de frente, certamente não poderia fazê-lo. E se caminhasse de costas, poderia caminhar com os seus, apresentando-lhes o caminho, e a importância de seguir por ele. Assim, em sua falta, eles poderiam fazê-lo sozinhos, e caso se desviasse dele, eles teriam autonomia para reconhecer seus passos desviados, e não se perderiam com ele.
O segundo guia nunca olhou nos olhos dos que o seguiam tão pouco conhecia seus rostos. Quando este líder caí, os que o seguem caem com ele e continuam o apoiando. O pior de tudo, é que nem se dão conta de que caíram.
Nossos dias estão cheios de líderes que caminham olhando para frente, e arrastam consigo multidões, e só sabem dizer quantos os seguem, e se esse número é ascendente ou decrescente. Dizem se muito preocupados com o caminho que indicam, mas na verdade nem o conhecem, e guiam as pessoas a si mesmos, ou aos seus próprios interesses. Basta ligarmos a TV, sintonizarmos o rádio ou abrimos uma revista e os encontraremos. Eles buscam estar sempre sob os holofotes, e se sentem até mais iluminados que eles. Seus nomes estampam jornais, portais virtuais, sites, faixas nas ruas, folders, faixadas e placas de igrejas, ônibus e até aviões. Simplicidade e humildade não são atributos deles.
Em contrapartida, temos os líderes que caminham junto dos seus, olham nos seus olhos, os conhecem, e se preocupam com eles. Suas igrejas crescem lentamente e são pequenas, não promovem eventos pomposos, e dispõem de pouquíssima ou nenhuma publicidade. Estes amam tanto o caminho, que podem caminhar de costas tranquilamente, pois seu coração fiel ao Senhor do Reino os guiará.
Ah, que falta fazem líderes que caminham de costas... Você conhece algum?


Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.

¹Narciso – Herói da mitologia grega(há controvérsias), cujo o mito possuí várias interpretações, mas em todas descreve o homem que se apaixonou pela própria imagem e só conseguia olhar para ela, nada mais.


Leita Também: Deus está Morto!


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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Deus Não desiste: Chega!


Chega, já não aguento mais esse negócio de “Deus não desisti de você, de mim”, e de todo sujo e mau lavado!
O cúmulo foi quando li essa mensagem:
“Deus não desistiu de Abraão, quando ele mentiu por causa de Sara.
Deus não desistiu de Moisés, quando ele ficou dando desculpas para não cumprir o chamado de Deus.
Deus não desistiu de Elias, quando se sentindo sozinho, pediu para morrer.
Deus não desistiu de Davi, quando adulterou e tramou a morte de Urias.
Deus não desistiu de Pedro, quando por três vezes negou a Cristo.
Deus não desistiu de Saulo, quando perseguia a sua Igreja e ele não desiste de você... ELE TE AMOU PRIMEIRO .... Não importa quem você é!!!
E quanto à Judas, importava quem ele era?”
Então pelo que entendi: “Faça o que quiser, e Deus não se importará e ainda correrá atrás de ti?” É isso mesmo?
Santa ignorância!!!
Desistir??? Esse verbo realmente não se aplica a Deus, pois ele tem um propósito determinado que se cumprirá, mesmo mediante a limitada liberdade humana. Embora a Bíblia fale de arrependimento. Hora a Bíblia diz que Deus não se arrepende, em outras diz o contrário. Não vou nem falar dos originais, não sou hábil pra tanto. Mas entendamos que o termo tem sentido amplo na língua portuguesa:
1-             Lamento pelo mau ocorrido, sofrimento e 2 - Retrocesso em relação à atitude tomada, mudança.
Então, quando a Bíblia diz que Deus se arrepende fala do sofrimento pela maldade e desobediência humana(Gênesis 6:6, Exôdo 32:14l, Salmo 135:14, entre outros) e quando diz que não se arrepende explica que Deus não volta atrás em suas determinações(I Samuel 15:29; 35, Jeremias 26:19, entre outros).
Então vamos por partes, porque essa foi o limite!
Abrãao não mentiu, ele omitiu uma verdade, para que não fosse morto. Sara realmente era sua irmã(Gênesis 20:12). Na verdade, na primeira vez que aconteceu ainda eram Abrão e Sarai. Eles saíram de sua terra por obediência à ordem de Deus, e desceram ao Egito para buscar comida, pois havia fome na terra. E todos sofreram as consequências: Abrão que vira sua mulher tomada por mulher de outro, Sarai que tivera que se submeter a isso para que vivessem, e Faraó e sua casa que fora ferido com as pragas enviadas por Deus(Gênesis 12:10-20). A segunda vez que ocorrera já eram Abraão e Sara. E desta vez Deus impediu que o plano deles fosse adiante, revelando a verdade ao rei Abimeleque, antes que esse possuísse Sara por mulher E este os perdoou(Gênesis 20).
No caso de Moisés, este não “ficou dando desculpa para não cumprir o chamado de Deus”, ele apenas sabia de suas limitações - inclusive o fato de ter sido criado dentro do palácio de Faraó, podendo fazer com que ele representasse uma figura hostil para o povo(veja o que ele diz em Exôdo 3:13) - e não se julgou hábil para a tarefa, tanto que Deus deu lhe Arão para o acompanhar(Exôdo 5).
Elias foi um homem que cumpriu a vontade de Deus, obedecendo sua voz. Através dele Deus fez maravilhas no meio do povo de Israel, que muito ignorarou o poderio e adoração ao seu Deus. Mesmo vendo todas as maravilhas que Deus operava, o povo acabava voltando às suas práticas pagãs e seu pecado. Vendo tudo isso, Elias se sentiu desanimado, desencorajado, pois com as ações daquele povo, e em sua angústia clamou a Deus por aquilo que seria sua libertação: sua morte. Porém Deus tratou de dar-lhe ânimo e assim ele prosseguiu em seu caminho até o momento em que Deus o arrebatara(I Reis 19).
Davi pagou por todo seu pecado, e as consequências foram avassaladoras. Sua família fora destruída. O filho que Bate-Seba gerou, morreu(I Samuel 12:15). Outro filho seu, Amnom, estuprou a irmã Tamar(também sua filha)(II Samuel 13), e foi morto pelo irmão Absalão(II Samuel 13) , que também lhe usurpou o trono e tentou lhe matar, lhe perseguindo e fazendo dele um fugitivo(II Samuel 15). Foi traído por seu fiel conselheiro, e pra reconsquistar seu trono, seu filho Absalão é morto(II Samuel 18), e por aí vai. Mas Deus contemplava o coração de Davi, e sabia que esse se compungia por todo seu pecado, e fora perdoado mediante seu arrependimento, que lhe fora amargo.
Pedro negou a Cristo porque assim estava determinado, e havia nisto um propósito de Deus: poupar a vida de Pedro naquele momento, pois havia ainda grande obra para ele. Quando Pedro se deu conta de que fizera o que o mestre disse que faria: negá-lo, este chorou(Mateus 26:75). Tanto mais tarde, segundo a tradição, Pedro entrou para o rol de mártires da igreja, sendo crucificado de cabeça para baixo.
Saulo, perseguia a igreja pois ainda não havia sido iluminado pela cruz de Cristo, e quando o fora, passou a enxergar seu próprio pecado, do qual se arrependera até o fim de seus dias, sem deixar de sofrer as consequências dele também, sendo perseguido e até preso por vezes(Filipenses 1:12).
E quanto à Judas, importava quem ele era? Retórica Sarcástica!
Judas nunca fora transformado. Ele estava no meio dos apóstolo e de Cristo, mas continuava perdido, e assim foi até seu fim(João 6:64;70). Ele nunca foi grato pela confiança lhe conferida. Fora colocado como tesoureiro dos apostólos que seguiam a Jesus, mesmo sendo ladrão, e continuou roubando o grupo.(João 12:6). Judas fora predestinado à perdição(João 17:12).
Pensar que Deus acolhe tudo em todos é um dos erros primários da igreja, mas o secundário talvez seja pior: acreditar que todo confrontamento ao pecado é legalismo, ou exigência de perfeição humana, reprimindo as vozes daqueles que buscam o melhor para igreja de Cristo na terra, não se conformando com o pecado habitando e abundando nela, sob à luz do comodismo cristão.
Deus realmente está de braços abertos a receber pecadores, mas a prima dessa recepção é a transformação. A igreja é como um hospital, lugar para receber “doentes”, para que sejam curados, e não para alimentar suas “doenças”. O intuito de Cristo através da igreja não é amenizar dores e sim curar a alma doente.
Então que busquemos o salvador e não esperemos simplesmente que Ele nos sirva. Que ergamos as mãos para ofertar e não apenas para receber do Senhor.

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
 Leia também: “O Dia em que Deus Desistiu de Uma Criança”, para entender melhor


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O Dia em que Deus Desistiu de Uma Criança...


Um certo dia, uma criancinha de apenas 3 anos é entregue à mãe pela professora de uma escola “evangélica” seguida do seguinte queixume:
-Mãe, essa criança hoje não queria sair da área de lazer da escola, então eu tive que a pegar a força para levar para sala.
A mãe sem saber exatamente do que se tratava, pensando ser teimosia e desobediência da criança, chega em casa e a disciplina.
Antes de dormir, a mãe vê um grande hematoma roxo no braço da criança, marcas de dedos do tamanho de uma mão adulta, que ocupavam todo o antebraço tão pequeno, justamente na posição que a professora disse tê-la pegado, então pergunta à criança, o que aconteceu, mas essa nada responde. E a mãe nota outros hematomas espalhados pelo corpo da pequena criança de mais ou menos 90 cm de altura. Nesse momento, a criança silenciada pelo medo, quando vai orar antes de dormir, diz à mãe:
- Mamãe, diz pra tia não fazer mais isso. Fala com ela que beliscar não pode.
Revoltados os pais procuram à direção da escola juntamente com a professora para receberem explicações. Não há culpados. Ninguém viu nada, e ninguém se responsabiliza por nada.
Os pais não culparam à professora, mas à partir do momento em que se tem a responsabilidade por algo ou alguém e alguma coisa acontece, ainda que eu não seja culpado, sim, eu sou responsável.
Um mês se passou, e além de ninguém ser responsabilizado, a criança começa a sofrer represália de outros professoras e funcionários da escola, até sair de lá.
E nada aconteceu, pois foi dada à professora e à escola o benefício da dúvida. À criança não. Criança mente! É o argumento da professora e dos (i)responsáveis pela escola. Talvez por já saber disso, a criança se calou, não dizendo nada além do pedido feito à mãe. Assim pouparia aqueles que a chamariam de mentirosa de fazê-lo.
Mais do que o ato em si, o que indigna é a impunidade humana diante de ações e/ou omissões inconsequentes. A impunidade além de massacrar as vítimas, vitimiza seus algozes e as torna agora as algozes da situação.
Houveram muito mais responsáveis que se dê para imaginar. O coronelismo ainda pungente no país também beneficiara a professora que não sofrera nenhum tipo de punição.
E não há nada que possamos esperar de quem não teme sujar as mãos em nome de Deus para conseguir o que quer.
Meses se passaram e a professora posta em uma rede social:
“Deus não desistiu de Abraão, quando ele mentiu por causa de Sara.
Deus não desistiu de Moisés, quando ele ficou dando desculpas para não cumprir o chamado de Deus.
Deus não desistiu de Elias, quando se sentindo sozinho, pediu para morrer.
Deus não desistiu de Davi, quando adulterou e tramou a morte de Urias.
Deus não desistiu de Pedro, quando por três vezes negou a Cristo.
Deus não desistiu de Saulo, quando perseguia a sua Igreja e ele não desiste de você... ELE TE AMOU PRIMEIRO .... Não importa quem você é!!!
E quanto à Judas, importava quem ele era?”
 Quanta infelicidade desta com suas palavras, nas quais podemos compreender tudo que houve, afinal: “Não importa o que eu sou ou o que eu faço, Deus não desisti de mim. Estou amparada por ele em tudo que eu faço”. (Leia Deus não desiste: Chega!)
Então, seria esse o dia em que Deus desistiu de uma inocente e indefesa criança de 3 anos?
A verdade é que Deus é justo, não falha e nem tarda, o seu juízo virá.

 “E respondendo o Rei lhes dirás: em verdade vos digo que quando o fizerdes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste.
Então lhes responderá, dizendo: em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos não o fizestes, não o fizestes a mim”(Mateus 25:40;45).
“E qualquer um que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que lhe pusesse ao pescoço um mó de atafona, e que fosse lançado no mar”(Marcos 9:42).

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
 
Leia  “Deus não desiste: Chega!”, para entender melhor

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sábado, 7 de julho de 2012

Deus Está Morto!

Na semana passada, o IBGE divulgou dados comparativos entre os censos realizados nos anos 2.000 e 2.010 sobre religião, e apontou crescimento de 61,45% dos evangélicos nos últimos dez anos.
Sinceramente essa notícia me deixou mais temorosa e apreensiva do que feliz. Fiquei pensando em quanto importa para os “evangélicos” esse crescimento quantitativo, quando em detrimento a qualidade tem decrescido.
A satisfação pela nomenclatura “evangélico” já aponta indícios do problema. Tenho orgulho de dizer que sou cristã protestante, e não evangélica. Lembro-me do sangue dos tantos mártires que foi derramado na luta pela reforma protestante, e que é ignorado pelos atuais “evangélicos”, que seguem as suas “celebridades gospel”. É o fim da picada! Aliás, não é, porque quando pensamos que chegamos ao limite, ele é superado.
É obvio que a anunciação do evangelho não é o que me entristece, mas o que tem sido feito do evangelho e “em nome dele”.
Antes se falava de cristianismo nominal, hoje já se fala de evangélicos não praticantes. Distinção feita anteriormente só em relação ao catolicismo, e acredito que os “católicos mesmo” nunca gostaram de saber que pessoas não tinham religião nenhuma se denominavam assim. Eu quero saber: “o que é um evangélico não praticante?” É um “simpatizante”? Ou seria alguém que tenha uma postura muito próxima a de um evangélico?
Nietczshce(1.882)¹ fora -  e ainda o é – criticado por dizer que Deus está morto. Apesar de ateu, a colocação de Nietzsche não se tratava de uma apologia à sua descrença, mas era, em outras palavras, uma crítica ao homem e sua religião antropocêntrica, cujos princípios e moral se flexionam de acordo com seus próprios interesses. Para ele Deus está morto na consciência dos homens.
Eu indago: com esse “evangelicalismo distorcido” que vemos hoje, que lugar ocupa Deus? Não teria ele se tornado só a Rainha Elizabeth dos evangélicos?  Na Inglaterra, o país é administrado pelo primeiro ministro, mas há uma rainha que o representa, e é seu rosto que vemos nos eventos importantes, mas não é ela quem decide em primeira instância os rumos do seu país. Não estariam então, hoje, fazendo de Deus, só o cara do trono? Pois é assim que o Soberano tem sido tratado. Líderes tem orientado as pessoas a decidirem o que querem e só informarem a Deus, pois elas já determinaram o que querem, dispensando-o de fazê-lo. Se eu mesmo determino o quero pra mim, menosprezando o poderio de Deus, que Ele esteja morto então, é indiferente.
Vi plotado num carro: "Foi o trabalho que me deu. Dirigido por mim, guiado por mim mesmo". Acho mais sincero do que: Foi Deus que me deu e dirigido por mim, guiado por Deus, como vemos comumente. Sendo que as pessoas tem sido consumidas por seu trabalho, abrindo mão do que é extremamente essencial no reino para conquistar bens materiais, e guiam suas vidas sem ao menos importar que rumos o Senhor tem pra ela. É uma religiosidade estética apenas, porque Deus está morto na consciência dos homens..
Pra maior tristeza ainda alguns se fundamentam em Paulo para defender as bizarrices que temos visto: “Mas que importa? Conquanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira”(Filipenses 1:18). Quando Paulo usa esse argumento, ele fala da motivação que leva as pessoas a anunciar o evangelho, não da mensagem que era pregada. Para ele, ainda que a mensagem não fosse anunciada de boa vontade e coração alegre, ainda sim, o poder da verdade pregada, é que surtiria resultados e não a disposição de quem a pregasse.
Os cristãos vem perdendo sua identidade, e ignorando o caráter de Cristo e sua forja em si. Abrimos mão até do nome que evoca nossa história e nos distingue das outras religiões cristãs: protestante. Adotamos um nome que nos encaixa nos modismos e ventos de doutrinas que vem e passam. Nos repaginamos!
Será que ainda sabemos quem somos? O próprio Nietzche(2.005)² também se perguntava, e depois Focault e também Deleuze: “O que estamos fazendo de nós mesmos?

"Depois dos acontecimentos, perguntamos, tolamente estupefatos e desconcertados: 'o que está acontecendo conosco? Quem somos realmente? E depois contamos, como foi dito, as trêmulas horas de nossa experiência vivida, de nossa vida, de nosso ser, ai de nós!, nos enganamos na conta... É que somos precisamente estranhos a nós mesmos. Não nos compreendemos, temos que nos confundir com os outros, estamos eternamente condenados a esta lei: 'não há ninguém que não seja estranho a si mesmo'; nem a respeito de nós mesmos somos 'homens de conhecimento'" (NIETZSCHE, 2005, p. 13)

Nessa contagem, se traçarmos um paralelo entre a quantidade e a qualidade dos cristãos(e o termo aqui é eufêmico) hoje, na relação custo benefício o saldo é com certeza negativo.
O mais intrigante nessas pesquisas - financiadas pelo governo – é que num estado laico interesse tanto determinar a religião mais popular ou ostensiva do país, não?!


Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
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¹NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Alemanha: 1.882. §125.
²NIETZSCHE, Friedrich. A Genealogia da Moral. São Paulo: Escala, 2005.

Leia Também: O Líder Que Caminhava de Costas

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Negligência ou Traição?


"Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; se um adversário se levantasse contra mim, eu poderia defender-me; mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo, meu chegado, você, com quem eu partilhava agradável comunhão enquanto íamos com a multidão festiva para a casa de Deus!
Macia como manteiga é a sua fala, mas a guerra está no seu coração; suas palavras são mais suaves que o óleo, mas são afiadas como punhais.".(Salmo 55:12-14;21 - NVI - Nova Versão Internacional)

       Quando passamos por certas situações mais drásticas, ou que nos consomem as forças, abalam nossas concepções, nos desestruturam emocionalmente, e/ou induzem a uma (re)solução radical, nós mudamos exteriormente a ponto de serem percebidas essas mudanças, que gritam  que algo está acontecendo.
Se nossa alma se abate, se nosso espírito se enfraquece, o nosso corpo esmorece, e nosso semblante muda. Refletimos exteriormente o mal interior que nos assola. Se a alma sofre o corpo padece. E os que estão mais próximos, mesmos os mais "desligados" podem perceber essas mudanças, por hora sutis, contudo gradativas.
Obviamente esse não é um critério aferidor de amizade, mas ajuda a avaliar se pós revelado o problema que somente seu corpo evidenciava, ainda vale a pena conversar com quem se sentava à mesa contigo e nunca percebeu sua inapetência.
Às vezes me pergunto se certas faltas remetem apenas à negligência ou a traição. E até se a própria negligência não pode ser considerada uma traição.  Pois é na verdade o que eu acho.
C.H. Spurgeon(Spurgeon, p.135)¹ acredita ser perda de tempo determinar precisamente a ocasião em que foi escrito o salmo 55. Acredita-se que se trata do momento em que Davi foi traído por seu conselheiro de confiança e que era perseguido por seu filho Absalão, que desejava mata-lo. 
O que interessa é que como se deu com Jesus e Judas, quem traiu a Davi, comia à mesa com ele. Talvez essa fosse sua maior dor: Ser traído por aquele em quem confiava. 
Judas se sentava à mesa com Jesus, olhou nos seus olhos, ouvia suas palavras acerca de uma futura traição, e ainda sim não temeu dar-lhe o beijo que lhe condenaria à morte. Tudo por apenas 30 moedas de prata.
Inimigos não nos traem, porque a traição diz respeito à quebra de fidelidade, portanto só os que amamos podem nos trair.
Se somos negligentes traímos, porque deixamos de cumprir com as promessas que fazemos ou obrigações que nos são confiadas nas relaçoes que mantemos. Essa premissa vale pra qualquer relação, seja amizade, seja liderança, casamento, ou até na relação entre pais e filhos.
A negligência é falta de interesse, de motivação, a indiferença, preguiça, entre outros. Olhando talvez possamos pensar que em nenhum critério nos encaixamos, mas a falta de interesse pode estar no tempo que nunca temos para o outro, a falta de motivação está na companhia forçada, a indiferença em quando fingimos ouvir e nem nos damos conta de que se trata o assunto, a preguiça na lista de desculpas esfarrapadas(algumas que nem são verdades) que temos pra não servir ao que nos solicita, enfim, tudo se trata da falta de cuidado com quem deveríamos cuidar, e principalmente, aquele que espera e confio no nosso cuidado
A negligência tem a ver com percepção, e tem certas coisas que só percebemos se as temos no coração. Mas quando percebemos e podemos fazer alguma coisa, ainda que seja companhia,  e não fazemos, já traímos, pois não temos mais no coração as pessoas que fazemos pensar o contrário.
Nem sempre as pessoas valorizarão o amor que lhes damos, ou nós o que recebemos,  e nem todos merecerão receber nosso amor, assim como recebemos amor de muitas pessoas que não merecemos.
E ainda malhamos o Judas...

Desejo a você que lê esse texto, "que nunca lhe falte amigos", e também que não negligencie e nem sejas negligenciado nas relações que mantém.



Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
¹SPURGEON, C. H. Esboços Bíblicos de Salmos. P. 135 – Shedd Publicações

Leia Também: Carregando Pedras


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