sexta-feira, 1 de março de 2013

Ao toque da lança no ombro



Não há maior insatisfação do que fazer o que não se quer. Porém, não há maior humildade que fazê-lo com satisfação, não pelo ato em si, mas pela submissão necessária.

Obedecer não é tão fácil como possa parecer nessa lógica tão simples de palavras, mas submissão é ainda mais difícil. Porém, a submissão em obediência traz à alma do cristão no mínimo paz.

No sermão da montanha, entre tantas coisas que Jesus ensinou, ele não deixou de pregar a humildade, longanimidade, mansidão, e até domínio próprio, através de princípios muito simples.

Em Mateus 5: 41, Jesus ensina: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas”. Para nós, não tem muito sentido a figura de linguagem utilizada por Jesus se não conhecermos seu significado.

Durante o Império Romano, que havia conquistado grande parte do mundo conhecido daquela época, a lei romana dava aos soldados o direito de recrutar um civil para andar uma milha(a milha romana era de aproximadamente 1,5Km) carregando a mochila dele. Como a Palestina era um território ocupado, sendo designado, todo judeu devia obedecer.

Jesus ao falar aquelas palavras aos que o ouviam, ao contrário do que se possa pensar, não estava apregoando a covardia ou passividade, e sim a submissão advinda do fruto do Espírito Santo em nossas vidas(Gálatas 5:22).

O autor de Hebreus, fala sobre a experiência de Moisés na segunda milha. Sendo ele, criado no palácio de Faraó, tinha o direito de usufruir de todas as regalias que um membro da família deste poderia gozar, no entanto, não sendo Moisés egípcio e conhecendo o sofrimento do seu povo sob o regime de escravidão, abdicou deles, preferindo ser maltratado a usurfruir prazeres transitórios”(Hebreus 11:25).

Assim como os civis ao sentirem o toque da lança dos soldados romanos, nós sentimos por diversas vezes, em múltiplas situações distintas o chamado à obediência imposta, mas o que realmente nos faz diferente é se submeter mesmo sem a lança no ombro, é reconhecer a necessidade da segunda milha, da terceira, quarta...

Nas relações diversas, com os pais, com os filhos, cônjuge, amigos, no ambiente de trabalho, na igreja, não faltam momentos em que é necessário muito mais do que a primeira milha. Precisamos reconhecer esses momentos, saber a hora certa de ceder, de nos calarmos, de nos aquietarmos, ou o que for necessário, “considerando os outros superiores a nós”(Filipenses 2:3), tendo por certo que muito maior galardão iremos receber(Hebreus 11:26).

No livro e posteriormente filme: Refúgio secreto, Corrie Ten Boom, uma holandesa cristã, não judia, conta a sua própria história e de sua família, que acabam sendo presos por abrigar judeus em sua casa durante a invasão nazista na Holanda. Corrie e sua irmã Betsie são levadas juntas para um campo de concentração de judeus, onde se submetem a terríveis abusos e sofrimentos. Corrie apesar de andar a primeira milha, não conseguia ir além, mas sua irmã Betsie andou tantas quantas possíveis, porque conseguiu ver o propósito do Senhor em cada passo que dava, e assim ensinar a outros. Assim como Moisés, Betsie, “permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível(Hebreus 11:27), e por isso conseguiu e se alegrar diante do sofrimento que vivia.

A obediência a Deus traz alegria(João 15:10-11), e que alegres possamos nos submeter a caminhar a segunda milha, pois andar a primeira milha é se submeter à uma situação imposta, mas andar a segunda milha é ir e ver além, é ser servo, é se submeter ao indesejado para receber o necessário.

Então ao toque da lança no ombro: Boa caminhada para você!

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral

  Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.

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2 comentários:

  1. Ótimo texto amiga.
    Bom ver vc nos lembrando que a obediência cínica às palavras de Jesus não produzem paz. Fazer o que Ele mandou é bem diferente de viver o que Ele viveu.
    Deus e abençoe sempre.
    ;)

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